Segunda-feira, 21 de Março de 2005

Critica Musical Erudita - The Gift [ou Delfins voltem! Estão perdoados!]

Hoje camaradas, venho-vos alertar para uma das bandas que eu, pessoalmente, mais detesto: os anglo-portugueses The Gift. Camaradas! Basta-me ouvir 0,0143 segundos de uma das suas músicas que fujo que nem os tendeiros da feira quando chega a polícia. Infelizmente, os Gift passam mais na rádio do que a polícia aparece nas feiras.


Mas aprofundemos a nossa análise: quem, ou melhor, o que são os The Gift? Como já foi dito acima, os Gift são uma banda anglo-portuguesa: cantam em inglês, mas nos intervalos das músicas comunicam em português, o que parece constituir um caso cada vez mais frequente de poglio-esquizofrenia, sintoma que se vem alastrando, sobretudo entre jovens pseudo-intelectuais e pseudo-dotados-musicalmente que, infelizmente [para eles e para nós] nasceram em Portugal. E afirmo isto por duas razões: infelizmente para eles porque, gostando de cantar inglês, e até se esforçam; contudo, falam-no com a pronúncia de um urso pardo [tipo o Zé Colmeia], emigrante dos Pirinéus nos EUA [um conselho: Wall Street Institute, já!]. Infelizmente para nós porque temos de os aturar, coisa que, tendo eles nascido num qualquer país da Commonwealth [como o Canadá, a Ilhas Fiji, Vanuatu, a Suazilândia, até a muy anglo-saxónica Moçambique] não aconteceria, pois, com a falta de talento musical que se lhes reconhece, estariam a trabalhar numa lavagem manual de carros [como ajudantes, também não é preciso exagerar! Lavar carros exige uma certa inteligência, nomeadamente no manuseamento dos produtos!], numa qualquer loja de conveniência. Algo erudito.


Mas não; ao invés, nasceram no bonito Portugal, o país mais analfabruto da Europa, sobretudo no que diz respeito a música [basta ver que é o único país do mundo onde os Lamb conseguiram vender mais de 103 cópias de todos os seus albúns (atenção que tinham vendido mais 1 no Chipre, mas a pessoa a quem esse cd foi oferecido preferiu trocá-lo pelo Best of do Demis Roussos, pagando mais 3,54euros)].


Atenção, eu reconheço uma virtude aos Gift: os álbuns são muito curtinhos. Bem, devem ser: de cada um só se ouve uma música, o single. Música essa que passa na rádio umas boas 100 vezes por dia, fazendo as contas por baixo. E essa música tem, vá, 4 minutos, dos quais 2,30 são repetições do refrão. Façamos então contas: 100 (as vezes que passa na rádio por dia) x 2,30 (o número de minutos do refrão) x as rádios da moda [Antena3, MegaFM, Rádio Comercial, BestRock FM, Rádio Renascença, Rádio Clube de Sintra] dá que, quem ouve rádio habitualmente, seja em casa, no trabalho, no carro, no wc, no elevador, ou muda de estação [se puder, e arriscando-se a apanhar o mesmo refrão noutro posto] ou compra uns tampões O.B. para meter nos ouvidos [arriscando-se a perder a virgindade orelhal]. Ou opta pela 3ª via [só o nome assusta]: atura o refrão-música uma catrefada de vezes por dia, arriscando-se neste caso a ficar com o refrão entranhado na cabeça, e podendo até cantarolá-lo enquanto toma duche [se for o caso].


Mas voltemos aos Gift enquanto banda (são de Alcobaça. Ou serão de Sheffield?): fazem o circuito habitual das bandas-refrão: playback no HermanSic, capa do Blitz, playback nas festas de Verão do Carlos Ribeiro na TVI, festas comício do BE, albuns em destaque e a 15 euros na FNAC (claro que passado um ano, se tanto, estão a 8,90euros na FNAC). Tudo cantado em inglês da Nicarágua e depois entrevistado em Português dos Açores, daquele que ninguém compreende.


Este marketing acaba por ter consequências no jovens suburbanos pseudo-diferentes e pseudo-intelectuais: eles adoptam esta música pseudo-inteligente, uma vez que, não podendo os adultos julgá-la com base nos critérios musicais que possuem, não podem pois emitir juízos de valor, como boa, má, merdosa, execrável; assim, estes jovens sentem-se realizados, são alguém, ouvem música boa, erudita, que só eles, uma minoria, conhece: afinal também prestam para algo, não são tão parvos como os adultos julgam, pensam [acabando assim por ser ainda mais parvos do que os adultos alguma vez imaginariam]. Tornam-se pseudo-intelectuais [apesar de o mais perto que estiveram de uma universidade ter sido para pedir informações sobre o curso de Engenharia do Agrião e da Batata na Universidade de Montemor-o-Velho]. Muy eruditos, é de ver!


E os Gift dão o passo que faltava na sua escalada como banda-refrão: as semanas académicas! Ora, como é sabido, os jovens com, pelos menos 34% dos seus neurónios a funcionar não vão a semanas académicas; quem lá vai são os hepta-repetentes, os membros da Tuna, os gajos que compram capa e advogam o "espirito académico", os punheteiros solteirões dos cursos de informática em busca de qualquer gaja bebeda com quem teclaram na internet e não tenha um bigode maior do que o deles (mas até essas acabam por marchar, pois não arranjam mais nenhuma). Parvos, todos, mas que se julgam eruditos porque ouvem, por exemplo Gift. Ou qualquer destas novas bandas portuguesas. E como gostam dos Gift ["É munta bom, hé hé, a música é altamente hé hé!"], compra o cd a 17euros, e põem-no no seu Opel Corsa do Tuning para ouvir a música-refrão. Passados uns meses fartam-se e acabam por perder o cd [não sem antes partirem a capa ao lavar o carro].E assim os Gift vão vendendo albuns a papalvos, vão dando concertos em catadupa, e ganham o epíteto de "excelente banda da nova geração".


MAS CAMARADAS, UNAMO-NOS! A LUTA CONTINUA! BASTA DE SOFRIMENTO! LUTEMOS CONTRA A POLUIÇÃO SONORA-REFRÃO! TRAGAMOS OS DELFINS DE VOLTA, MAL POR MAL, SEMPRE CONSEGUIMOS RIR UM BOCADO COM AS ROUPAS DO MIGUEL ÂNGELO!

publicado por товарищ V. E. às 09:18
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Quarta-feira, 9 de Março de 2005

O Dia da Mulher

Recentemente, celebrou-se em todo o mundo o Dia Internacional da Mulher. Muito do que havia a dizer sobre este grande dia, terá sido dito pelo meu amigo, camarada, e companheiro de luta, o acolito_espirita, aquando da celebração do mesmo feriado no ano transacto. Penso que uma visita aos nossos arquivos de Março de 2004 será elucidativa. Aconselho também uma visita de estudo à posta sobre o assunto em http://pracadarepublica.weblog.com.pt/. Mas, se preferirem um pequeno resumo, eu diria que o meu camarada tentou dizer que o Dia da Mulher passou a ser o Dia da Gaja.


 


Mas, como todos os nossos fieis leitores sabem, nós somos um blógue verdadeiramente socialista, ao contrário de alguns pseudo que por aí andam. Por isso, longe de nós não querer que o Dia Internacional da Mulher seja celebrado. Todos nós sabemos muito bem a sua origem, ao contrário de alguns lóides (intelectualóides, debilóides, mongolóides, etc.), que também querem, e que são capazes de fazer manifestações contra o governo turco porque um polícia deu uma bastonada num teenager que não apanhou as que merecia em casa e agora anda a armar em parvo na rua. E ao contrário de um qualquer Zé Luís Pixoto (que aproveito para anunciar que aderiu ao Blogue de Esquerda, lincado no nosso Top), ou talvez dos seus camaradas de escritas e de charros, todos sabemos que Rosa Luxemburgo não é o nome de alguma vendedora de ameijoa cadela no Bolhão.


Mas o que inspirou Rosa Luxemburgo, essa heroína do socialismo e do feminismo, a fundar o Dia da Mulher precisamente no dia 8 de Março? A história é pouco conhecida, mas o pataphisico_azul teve acesso a ela há algum tempo. É uma história inspiradora, e todos nós podemos tirar um exemplo dela, mesmo seguir o seu exemplo, como iremos ver.


Ainda no tempo do capitalismo puro, num dos países onde ele estava mais desenvolvido, houve uma greve numa fábrica onde trabalhavam senhoras. Ora, estas mulheres reclamavam uma única coisa: igualdade de direitos, igualdade de ordenado em relação aos homens. Decidiram então ocupar a fábrica e impedir as máquinas de trabalhar, porque aos homens do vilarejo tanto lhes fazia, e se as mulheres fossem despedidas e lhes dessem a eles emprego, tanto melhor. O patrão gostou pouco da coisa, porque despedir mulheres e contratar homens é coisa cara, que os homens cobravam muito mais, e toda a gente sabe que nem por isso trabalham mais. Mas gostou mesmo muito pouco da coisa, porque para garantir que a brincadeira não se repetia, barricou as senhoras dentro da fábrica e ateou-lhe fogo. Bem, de certeza que aquelas em particular não repetiram mesmo a brincadeira.


Dizia eu que todos nós nos podemos inspirar neste exemplo. Que devemos até segui-lo. Digam-me, meus amigos leitores, qual de vós não teve já vontade de fazer algo assim? Nunca sentiram uma vontade incontrolável de porem um grupo de mulheres num edíficio e atear-lhe fogo? Mas tende calma, não me acusem já de sexista, machista, porco chauvinista, e outros istas. Igualmente, apelo a que queimem o mesmo, senão maior, número de machos humanos. Mas atenção, não falo de indivíduos seleccionados por métodos aleatórios, mas daqueles que quereis ver pelas costas, de preferência com uma faca espetada nas ditas. Aqueles que abominais, secretamente ou não. Podem ser colegas de trabalho ou de turma, professores ou alunos, a gaja do 2º frente, o tipo que estaciona sempre em frente à vossa porta, quem quiserdes meter lá dentro.


Em simplificando, e para terminar, se cada um de nós, uma vez por ano, enfiasse as cabras e os cabrões que nos chateiam os cornos, num armazém e depois lhes pegasse fogo, o mundo não era um lugar melhor?

publicado por товарищ V. E. às 03:36
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Segunda-feira, 7 de Março de 2005

A revolução dos caracóis

Gostaria hoje de comentar a posta recente (22-1-2005) do meu amigo, camarada, e companheiro de luta, acolito_espirita, sobre os caracóis tibetanos. Não publiquei o meu comentário no respectivo lugar, pois além de ser bastante longo, penso que tem uma linha de pensamento suficientemente independente para merecer um manifesto próprio. Tanga, a verdade é que não me lembrou.


Um grupo de monges budistas, mais Zen que as gags do programa Malucos do Riso, comprou um monte no Alentejo e dedica-se a comprar litros e litros de caracóis e a soltá-los no seu domínio sagrado. A quantidade de piadas étnicas que já me surgiram até agora a escrever esta posta, davam para publicar um blógue por si só. Mas temos que ver, o que é um monge? Um clérigo, qualquer que seja a sua origem social, torna-se inimigo da revolução, pois qualquer classe social que não seja o povo em si, o próprio proletariado, é inimiga da revolução, e logo do proletariado. E estes senhores de óculos e cabelo rapado, vestidos de roupões cor-de-laranja, ou açafrão, ou assim, acham que por terem lido livros do Dalai-Lama intercalados com Fourier em 90 minutos, e o resumo da Europa-América d'O pensamento de Trotsky enquanto estudavam na FCSH da Nova já vão para o Nirvana. Seja, que sejam monges (apesar de eu preferir os monges portugueses e italianos, que criaram respectivamente doçaria e licores), mas são perigosos reaccionários.


E perguntam vocês, caros leitores, porquê perigosos reaccionários? São bons homens que se dedicam a salvar a vida a milhares de caracóis, litros e litros! E como nos explicou o meu camarada acolito_espirita, os caracóis têm sentimentos. Sim, meus caros senhores, eles sentem! Todos os anos há um genocídio de caracóis, de Lisboa ao Algarve. Milhares de litros de caracóis são exterminados sem piedade. E porquê? Deixo esta pergunta em aberto, mas os factos são claros. Discriminado em relação à prima lesma, que todos deixam em paz excepto um ou outro brincalhão que gosta de a ver mirrar deitando sal, é caçado sem piedade por alturas do fim da Primavera e início do Verão. De seguida é colocado em campos de concentração onde passa fome durante semanas a fio, apenas para morrer de uma morte horrível no fim. E lembrem-se, meus amigos, durante todo este tempo, o caracol tem sentimentos!


E assim, alguns de vocês, meus caros leitores (não você em particular, mas o tipo que leu isto antes de si), terão sido enganados pelas aparentemente boas intenções destes clérigos. Mas é preciso acordar, pois adormecer-nos e entorpecer-nos é precisamente o que eles pretendem. A revolução está próxima, e é isso que eles nos querem esconder. Em breve todos os caracóis serão livres, e não apenas meia dúzia de sacadas numa quinta no Alentejo. O E.L.C.T.O.P. (Exército de Libertação dos Caracóis, Tremoços, e Outros Petiscos) aliou-se ao G.L.E. (Group pour la Libération des Escargots), e em breve todos os caracóis correrão sem barreiras por onde queiram, e serão medidos, como os outros animais, em kg, em vez de litros, acabando também com essa medida discriminatória.


Quanto aos nossos amigos monges, terão um problema existencial, dedicar-se-ão a soltar camarão-tigre na Beira-Alta, ou dedicar-se-ão à agricultura. Aqui terá uma palavra a F.A.I.F.P.O.F. (Frente Armada para a Igualdade entre o Figo de Pita e os Outros Frutos), mas deixemos isso para uma próxima posta.

publicado por товарищ V. E. às 02:05
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Quarta-feira, 2 de Março de 2005

Teoria da Conspiração

É notável que a cultura popular portuguesa e checa dos anos '70 e princípio dos anos '80 se tenham inter-influenciado muito. Essas influências notaram-se em todas as áreas da educação cultural, como a televisão, e principalmente da cultura popular. Aliás, para aqueles que nasceram antes da década de '80, basta mencionar um nome: Vasco Granja. Outra área em que as influências são bastantes, apesar de muitas vezes desconhecidas para o povo em geral, tanto de um país como de outro, é a da música. A grande diferença, hoje em dia, entre a música dos dois países, é que a música Portuguesa evoluiu para uma espécie de rock pós-intervenção, onde todos dizem que têm influências do Zeca Afonso, mas nunca ninguém sequer ouviu um fado de Coimbra, e são antes algo assim estilo «gostava de ser a Björk mas as filas de espera para a lobotomia pré-frontal ainda não me permitem». Na República Checa, pelo contrário, a música não evoluiu assim. Não evoluiu de todo, os ídolos do povo continuam a ser os "chansioneures" de terceira qualidade e terceira idade, os mesmos artistas, com as mesmas músicas, e até as mesmas caras (à custa de horas e dólares no cirurgião). Falo de ídolos como Helena Vondrácková, a Ágata checa, que começou a sua carreira na girls band Golden Kids, nos remotos sixties. Ou como o grande, magnífico, Karel Emanuel Gott, a estrela das estrelas na Checoslováquia, República Checa e no que em breve a vier substituir. Se Vítor Espadinha desapareceu de todo, e não sabemos se a Madalena Iglésias está viva ou morta, Vondrácková e Gott continuam a ser os nº 1 das tabelas checas.


Mas quais são as razões da resistência de tais ídolos? Serão simples cantores? Apenas chansonneurs, ou algo mais? Vejamos: Karel Gott foi o intérprete da versão original da famosa série televisiva infantil, originária da R.D.A. "A Abelha Maia". Nos anos '60 o Elvis Checoslovaco, hoje o Sinatra Checo (duplamente despromovido...) mostra ser "mais que um simples músico" (afirmação que não é minha, mas de um canal de televisão Checo), e saber mais do que quer mostrar, ao declarar que «o LSD foi uma invenção do Pentágono para por no abastecimento de água para os habitantes dos países invadidos receberem o exército dos Estados Unidos com um sorriso...».


A abelha Maia, perigosa e subversiva, como se veio a saber mais tarde, quando foram descobertas as suas ligações ao agente Kalimmero, militante do PC Italiano e com ligações suspeitas às Brigatte Rosse, esteve em missão no nosso país no início dos anos '80, precisamente no ponto mais alto da cooperação cultural com a Checoslováquia. Mas esta foi apenas uma parte de um grande e inteligente plano de espionagem internacional, quiçá o maior da segunda metade da guerra-fria. Reparem quem interpretava o genérico da Abelha Maia? Uma jovem artista chamada Fernanda de Sousa. Ou devo antes dizer, uma jovem agente cujo nome de código é Ágata, a Helena Vondrácková portuguesa? Coincidência? A mim parece-me que é coincidência a mais, mas se ainda não concordam, continuem a ler, as coincidências ainda não acabaram.


Tudo começou alguns aos antes, em 1974, quando Paulo de Carvalho foi ao Festival da Eurovisão com a canção E Depois do Adeus (Letra de José Calvário, música de José Nisa). Esta canção teve uma importância interventiva que foi subavaliada na altura, e que, mesmo hoje, passados mais de 30 anos, o continua a ser. Mas veremos adiante.


Pouco tempo depois, houve um golpe militar de direita, que mobilizou todas as forças armadas portuguesas, apesar de estas serem maioritariamente de extrema-esquerda, ou simpatizantes com o comunismo soviético (na altura dizia-se "pedófagos"). As senha para o coup foram a dita canção, e uma outra, sobre um lugarejo qualquer no Alentejo onde se faziam experiências de socialismo mais ou menos utópico (vide Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, Friedrich Engels), servindo assim de isco para atrair os tais "pedófagos" e outros socialistas e socialistóides. A verdade é que o golpe falhou desastrosamente – servindo apenas para pôr, durante vários anos os ditos "pedófagos" (de agora em diante referidos apenas como os "vermelhos") perigosamente perto do poder efectivo. A direita que tentou o golpe, tentando acelerar as reformas democráticas e afastando assim os vermelhos, apenas as abrandou. A oportunista pequena burguesia Esquerdista e Kautskysta, obviamente, não quis também desperdiçar o que lhe era dado de bandeja, e por vários anos conseguiu manter os vermelhos à margem do poder. No entanto, estes, mesmo depois da traição de Brezhnev, contaram com alguns dos melhores agentes da República Democrática Alemã e da República Socialista Checoslovaca para os apoiar, como Maia e Kalimmero, que agiram directamente no país, em colaboração com os agentes locais. Ágata foi um deles, Paulo de Carvalho era um contacto internacional importante, como pode constatar qualquer pessoa que ouvir a música Sladké Mámení (música de Václav Zahradník, letra de Vladimír Poštulka), tema principal da banda sonora do enorme sucesso cinematográfico S Tebou Me Baví Svet, e detectar, às primeiras notas, a melodia de E Depois do Adeus. S Tebou Me Baví Svet saiu na Checoslováquia, aproximadamente na altura em que Maia começava a sua acção no país, denotando a enorme cooperação internacional que existia na então para colocar os vermelhos no poder, tendo então o apoio logístico da União Soviética de Andropov, veterano do K.G.B. e conhecedor dos jogos da espionagem internacional.


A pequena burguesia Esquerdista, no entanto, esteve atenta à situação desde o coup, e, como oportunista que era, não perdeu uma única das várias oportunidades que teve para chegar ao governo, muitas vezes associada às forças reaccionárias de direita. Teve também como objectivo, aliada a todas as outras forças políticas do país, impedir que os vermelhos chegassem ao poder.


A situação foi definitivamente resolvida por um agente chave dos meios pequeno-bourguise da Europa. Activo na política do país desde o coup, um certo Soares tinha estado atento ao estado da situação desde cedo. Muitas vezes, tinha garantido que o poder não caía nas mãos dos vermelhos, outras, tinha-o recebido da direita para garantir unidade contra eles. Soares não era só um político activo no país. Era também agente com ligações conhecidas e confessas a vários grupos internacionais e terroristas, entre eles a Fatah. O seu oportunismo Kautskysta permitiu-lhe, num confronto televisivo com o líder dos vermelhos, usar os seus dotes demagógicos (na língua inglesa, a do berço da democracia, chama-se a tal, beguile) para reafirmar as acusações de "pedofagia", e muitas outras. Esse debate ficou conhecido para muita gente como "olhe que não, Sr. Dr.!...", e marcou para todos, para o bem e para o mal, o fim da possibilidade de os vermelhos subirem, no curto prazo, ao poder.


Maia e Kalimmero retiraram-se, e o segundo é ainda procurado pela justiça italiana para interrogatório. No entanto, Maia, que regressou recentemente ao activo no nosso país, sob o "inocente" disfarce de astróloga, mas curiosamente dedicando-se bastante à previsão do futuro dos políticos, está activa, de uma forma ou de outra, em cada vez mais países. Os outros agentes (Gott, Vondrácková, Ágata...), continuaram em missões até hoje, e nunca perderam os seus contactos. A rede internacional parece assim mais activa que nunca. Soares apesar de ainda ser perigoso, está enfraquecido. E, acima de tudo, após quase 20 anos, a União Soviética tem um novo líder, veterano do KGB, educado segundo as regras do Partido. Nesta conjuntura parece-me, meus senhores, que os vermelhos são novamente um risco para a democracia portuguesa.

publicado por товарищ V. E. às 04:10
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